sexta-feira, 7 de julho de 2017

Portugal que arde

O espectro





   Já fui verde, sombra, frescura
   Filhos cresceram à volta de mim.
   Hoje, negro espectro que apodrece.
   Ciclo de maldade que não tem fim.


   A vida levanta-se de novo a meu lado
   Pudera fazê-lo, se houve-se seiva em mim
   Secou-me o fogo, corroem-me os vermes
   Precoce e triste, a minha, chegou ao fim.


   Lembra-te insensato, que o fogo ateias
   Os teus vindouros dos meus precisarão
   Uns aos outros na jornada se amparam
   Sem seiva, não há vida, nem verde, nem pão.

   M. Machado 07-2017

   A quem brinca com o fogo, sobra loucura e falta vergonha!...
                                                                                                              Ditado popular

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