segunda-feira, 27 de março de 2017

PRIMAVERA

No passado dia 20 deste mês, teve inicio a primavera. Por aqui, a manhã nasceu cinzenta e pouco apelativa para caminhar. Caía uma morrinha, daquela que molha os tolos (e os finos também). Tinha chovido abundantemente durante a noite, de manhã  cedo, pareceu-me que já não chovia. As ervas,  arbustos e árvores, estavam molhadas e ainda a pingar. Como consequência, quem se metesse a caminhar pelo monte, acabaria com os pés molhados e a ideia não me agradava, mas, como era o primeiro dia da Primavera queria tiras algumas fotos para assinalar o dia. Vesti um impermeável, calcei as botas, peguei na máquina fotográfica e no cajado e saí. Andei alguns passos, ergui a cabeça e as gotas de chuva miudinha caíram-me no rosto, parei alguns segundos, dei meia volta e regressei a casa. Não me queria molhar. Descalcei as botas, guardei o impermeável, pousei o cajado guardei a máquina fotográfica e fui para as traseiras da casa onde tenho um terraço coberto, olhar para o jardim. Vi que a chuva tinha abrandado e a que caía era insignificante. Vesti novamente o impermeável, calcei as botas, peguei na máquina fotográfica e no cajado e saí novamente e desta vez fiz a caminhada. Tirei algumas fotografias que por falta do sol, não são muito do meu agrado.

O manto amarelo que cobre esta encosta deve-se à floração do Tojo 
Apesar da falta de sol, a flor do Tojo (vulgarmente conhecido como Mato), quase que resplandece nesta encosta.
Foto no primeiro dia de Primavera.

Flor do Tojo ou Mato
Outrora era muito procurado para forrar o chão das cortes, servir de cama ao gado e fazer estrume. Com ele, também se forravam os eidos das casas de lavoura, para evitar a lama provocada pelo pisoteio do gado e fazer estrume também ali. Nos dias de hoje, poucos são os agricultores que ainda o utilizam para esse fim.

Folha de eucalipto
Esta folha de Eucalipto, chamou-me a atenção pelas sua cores vibrantes e por se encontrar caída, quase no centro de uma planta de Dente-de-Leão, formando um curioso centro radial.

Flor de Urze

Flores de Urze debaixo de uma teia de aranha. Um véu com pérolas, a cobrir a tiara de uma princesa.

Tapete de Outono na Primavera
Se não fossem os verdes da folhagem que começa a despontar, podia-se dizer que estamos no Outono e não no inicio da Primavera. Gosto muito de percorrer esta pequena bouça.

Bonitos exemplares de Líquenes
Um Líquen, são dois seres, uma alga e um fungo, que vivem em simbiose, em determinados ambientes. Por outras palavras: Um casamento perfeito!
Esta fotografia mostra um líquen folioso e um líquen fruticuloso, na casca de um sobreiro.

Jacintos silvestres - Hyacinthoides paivae
Jacintos silvestres, flores de meia-sombra. Desenvolvem-se bem, entre as fendas do granito. Penso que será pelo facto, de o substrato onde crescem, ser composto maioritariamente por acumulação de detritos vegetais, sem areias, originando um substrato mais rico. As suas sementes, ficando confinadas aquele espaço, também devem contribuir para o seu aglomerado.

Flores dos jacintos
As fendas graníticas onde se desenvolvem, estão num plano mais elevado em relação ao solo circundante, por esse facto são preenchidas com detrito vegetais, que caem das árvores ou que são arrastados pelo vento e também os restos dos próprios Jacintos. As poeiras transportadas pelo vento, também contribuem para a sua composição.

Pormenor das flores
No meu tempo de infância, quando a sua floração despontava, sabia-mos que a Páscoa estava próxima.
Quando precisava-mos de cola para os trabalhos manuais, desenterrava-mos um bolbilho, fazíamos um corte ao meio, esfregava-mos nas partes a colar ...e pronto já tinha-mos cola!
Embora a sua seiva não fosse uma cola muito consistente, servia para o que era exigido naquela época.

Musgo com esporófitos.
Musgos, tapetes verdes que enfeitam e dão mais magia aos bosques. As primeiras plantas a aparecer na face da terra. Aqui podem ver-se os esporófitos que contêm os esporos para a sua reprodução. Quando crianças, chamava-mos aos esporófitos piolhos e não raras vezes, imitava-mos os adultos, esmagando-os entre as unhas dos polegares.