sexta-feira, 30 de junho de 2017

Celebração de Nossa Senhora das Candeias. 03

A origem

Celebrou-se no passado dia 2 de Fevereiro o dia de Nossa Senhora das Candeias, ou Nossa Senhora da Luz.
A tradição neste dia, mescla o sagrado com o profano, como em muitas das celebrações que acontecem nas festas e romarias de Portugal e um pouco por todo o mundo.
Segundo algumas fontes, as festividades que se realizam neste dia, tem a sua origem durante a antiguidade grega ou romana, dedicado ao deus Pã. Na Irlanda a tradição Celta, diz-nos que esta celebração, tem origem numa festa que celebrava o culto, a uma divindade da sua mitologia: A deusa Brígida. Depois da Irlanda ter sido cristianizada, este dia passou a ser dedicado a Santa Brigida padroeira da Irlanda.
A Igreja Católica celebra neste dia a festa de Nossa Senhora das Candeias, ou Nossa Senhora da Luz.
Em qualquer das tradições e das celebrações, antigas ou recentes, o motivo foi e é o mesmo: a celebração da Luz.
Sem pretensões, eis aqui um pequeno resumo de uma pesquisa feita por mim, sobre o que se publicou acerca da origem desta celebração.

Nossa Senhora das Candeias
Imagem: rezairezairezai

Santa Brígida

Santa Brígida, foi uma religiosa católica irlandesa, freira e depois abadessa. Mulher inteligente, extremamente piedosa e bondosa. Fundou vários conventos, e é hoje venerada como santa. É uma das padroeiras da Irlanda, festejada no dia 1 de Fevereiro.

Santa Brígida da Irland
Imagem: catholicsaintmedals.com
Santa Brígida, recebeu o mesmo nome que, uma das mais poderosas deusas da mitologia celta.
A tradição irlandesa, diz-nos que Santa Brígida deve ter vivido a partir do meio do século V, até ao ao início do século VI. Era filha de Brocca, uma escrava da corte de seu pai, de nome Dubtbach, um rei irlandês de Leinster. A sua mãe, fora convertida e baptizada por São Patrício, o Apóstolo da Irlanda. 
Brígida, que nasceu em 452 (ou 453), próximo de Dundalk, Louth, tinha ouvido, ainda em criança, as pregações de São Patrício e nunca as esqueceu. Estas pregações influenciaram-na profundamente, despertando nela a sua religiosidade. A sua mãe como era uma escrava, foi talvez vendida e descartada da sua vida. Com a partida ou morte da sua mãe, foi-lhe arranjada uma mãe adoptiva que a criou.

S. Patricio. Apóstolo da Irlanda
Imagem: ourcatholicfaithjourney.com
Brígida tinha um coração generoso e nunca recusava nada aos pobres que batiam à porta do seu pai, a pedir esmola. A sua extrema caridade, irritava o seu pai. Pensava ele, que ela estava a ser demasiadamente generosa para com os pobres e necessitados, quando distribuía o seu leite e a sua farinha por todos. Nenhum bem, em sua casa estava seguro, porque ela, tudo dava aos pobres. Vários testemunhos atestam a sua grande piedade.

Santa Brígida na sua juventude
Image: islandlife- inamonastery
Brígida sentiu a necessidade de se entregar à causa da caridade e ao cuidado dos necessitados. Apesar da oposição do seu pai, ela estava determinada a entrar na vida religiosa. Um dia, quando ela deu uma das suas jóias a um leproso, o seu pai percebeu, que talvez fosse o mais adequado para sua filha a vida de freira. Brígida, viu finalmente o seu sonho concretizar-se. Recusando pedidos de casamento, ela ingressou numa ordem religiosa e professou os votos, de dedicar a sua vida aos necessitados e a Cristo. A partir de então, são numerosas as histórias e lendas sobre a sua vida. Recebeu de São Macaille o véu de consagração.
Mudou-se para Druin Criadh, nas planícies de Magh Life, onde, junto a um enorme carvalho, fez erigir o seu famoso Convento de Ciull-Dara, que significa, 'A Igreja do Carvalho'.

Convento de Kildare ou Ciull-Dara, que significa, 'A Igreja do Carvalho'.
Imagem: Wikimédia Commons
O nome Ciull-Dara, provavelmente por corruptela, foi mudando para Kildare, onde cerca de 470, fundou a Abadia de Kildare, um duplo mosteiro, para freiras e monges, tornando-se a primeira abadessa da Irlanda no final do século V.
Diz-se que ela escolheu este lugar, para seguir o trabalho e tradição, da deusa, com o seu nome, assumindo a chama perpétua, como um símbolo da luz do novo cristianismo, que ainda era tão estranho para os irlandeses.


Continua...

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Tons de Azul


A tua cor


Quando é que eu serei da tua cor, 
Do teu plácido e azul encanto,
Ó claro dia exterior,
Ó céu mais útil que o meu pranto?


                                                     Fernando Pessoa

Monte de Santa Tecla 

Dia de verão que mais parecia de Inverno. O vento soprou frio e forte. O sol apareceu algumas vezes (mas poucas) por breves momentos, espreitando tímido por entre as nuvens que corriam apressadas, deixando cair esparsos pingos de chuva, rapidamente absorvidos pela terra sequiosa. A silhueta do Monte de Santa Tecla, destacava-se contra o céu com nuvens estranhamente coloridas de magníficos tons de azul e esbatidos dourados.

Negro em tons de azul. Beleza, magia, graça e leveza.


O dia despedia-se. No céu, algumas andorinhas, graciosas, davam as ultimas voltas do seu bailado diário na busca do seu sustento, antes de se recolherem aos seus beirais, para passarem a noite.
Apressei-me a captar aqueles fugazes momentos  de beleza e magia irrepetíveis. 

Andorinha


A manhã é uma andorinha
Que se esqueceu da viajem
E voa em meu pensamento,
Trazendo a cada momento
A noite na tua imagem.

O dia lá fora, é o dia
Que marca os passos no chão.
Mas é tão cedo este amor
Que eu fecho tudo em redor
Das praias do coração.

Ponho as mãos sobre o teu corpo
E, no instante de sonhar,
Se o teu amor me encaminha,
A manhã é uma andorinha
Que se lembrou de ficar.

Vasco de Lima Couto

Este bonito poema foi foi musicado por Alfredo Duarte (Marceneiro) e cantado pela Amália Rodrigues. Pode ser escutado no link seguinte;

https://youtu.be/LEwBg9I_97E



O amor como as andorinhas, dá felicidade ás casas.
Émile Zola



Flores do meu Plumbago - Plumbago auriculata

Para fechar esta mensagem em tons de azul, uma fotografia de flores, do meu Plumbago.