quarta-feira, 29 de março de 2017

A origem da palavra Mentha 01

O Olimpo

Embora o titulo do blogue, tenha sido surgido aleatoriamente, depois de nele reflectir, penso que é um bom tema para o inicio deste blogue. Por essa razão, acho que se justifica, começar nesta primeira mensagem, por abordar superficialmente, a origem da palavra Mentha. 
A palavra Mentha, nome que designa várias plantas aromáticas da família Lamiaceae, tem origem na mitologia grega e deriva de Minthe, nome de uma ninfa, que foi amante de Hades, o rei do mundo dos mortos, e que a deusa Perséfone, esposa de Hades, por ciumes transformou em planta.
Comecemos pelos acontecimentos que na mitologia grega, estão ligados à origem da palavra.

Monte Olimpo. A montanha mais alta da Grécia com 2917 metros de altitude.
Imagem: forwallpaper.com

A montanha mais alta da Grécia é conhecida como o Monte Olimpo. O motivo porque é assim chamada, deve-se ao facto de os antigos gregos, acreditarem que no seu cume, (muitas vezes acima das nuvens), se situava o Olimpo, morada dos principais deuses do panteão grego. Acreditavam os gregos, que num fabuloso palácio de cristal, habitavam os doze principais deuses da sua religião, governados pelo seu líder supremo, Zeus.

O Monte Olimpo. Provavelmente como era imaginado pelos antigos gregos.
Imagem: wwwfotolog.com

Zeus e Deméter

Zeus é o principal deus na mitologia grega. É o governante do Olimpo, rei dos deuses e dos mortais, senhor do céu, da chuva, do raio e do trovão.

Zeus, rei dos deuses, no seu trono no Monte Olimpo
Imagem: François Joseph Heim
Junto com Zeus no Olimpo, entre outros, morava também Deméter sua irmã, deusa da agricultura, da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano. 
Deméter, como deusa da agricultura, fez longas viagens com Dionísio, deus do vinho, ensinando aos homens como cuidarem da terra, das sementeiras e das plantações.

Deméter, deusa da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano.
Imagem: David Howard Johnson
Continua...



As Menthas, ontem e hoje - 1


Actualmente, a palavra Menta, serve para designar uma vasta quantidade de plantas, das quais as mais utilizadas são: A Hortelã verde, Mentha spicata L; a Hortelã pimenta, Mentha x piperita L; os Mentrastos, Mentha suaveolens L; Os oregãos, Origanum vulgare L.; o Poejo, Mentha pulegium L; a Hortelã da água, Mentha aquática L. etc... Entre outras, estas são algumas das mais conhecidas e utilizadas.
As Mentas, pertencem à grande família das lamiáceas, antiga família das labiadas. 
Lamiaceae ou Lamiaceas vem de Lamium, género botânico que compreende plantas nativas da Europa, norte de África e Ásia. Por sua vez a palavra labiadas, vem de lábios, devido à conformação e ao formato geral das suas pétalas.

Um exemplar que penso ser de Calamintha nepeta, subsp. nepeta, com as pétalas em forma de lábios. 
No reino vegetal, o género Mentha é um dos mais complexos, em resultado de cruzamentos espontâneos de espécies, que resultaram em vários híbridos. De uma maneira simples as mentas distinguem-se em dois grupos: As de caule erecto, com flores dispostas numa espiga terminal sem folhas e as rasteiras, com flores dispostas em verticilos, escalonados na axila das folhas pecioladas.

Alguns exemplares de flores da família Lamiaceae, fotografados no meu quinta e jardim.
Há suposições de que já na antiguidade os povos primitivos, utilizavam estas aromáticas com predominância para o poejo, (Menta pulegium L.), para fins medicinais e em rituais, entrançando os seus longos talos, para fazerem perfumadas coroas.
Também os chineses, na sua cultura milenar e em tempos idos, faziam a apologia das propriedades calmantes e antiespamódicas das mentas. Foram também consideradas por Hipócrates como afrodisíacas e por Plínio como analgésicas. O chã de menta é um dos mais apreciados para terminar uma boa refeição.

Chã de Menta
 Imagem: saudefortaleza.com.br
Na Grécia antiga, a hortelã verde, juntamente com o alecrim e a murta, eram usados em ritos funerários para encobrir os maus cheiros. Supõe-se também, que juntamente com água e cevada, se fabricava uma bebida psico-activa, chamada Kikeon, que aparece mencionada em textos homéricos da Ilíada. As virtudes medicinais das mentas, são praticamente semelhantes em todas e devem-se essencialmente ao mentol, que é um álcool extraído das suas essências. Há que ter cuidado na sua utilização, pois em doses excessivas, o mentol é perigoso para o sistema nervoso, podendo causar a morte.

Fonte: Segredos e virtudes das plantas medicinais, Selecções do Reader`s Digest.

Mentas e afins


Breves resumos dos usos e propriedades, de algumas das mentas e outras plantas da família das labiadas mais conhecidas e utilizadas na culinária, medicina, jardinagem, perfumaria, industria, etc...
  

A Hortelã Verde


Hortelã verde,  Mentha spicata L.
A Hortelã verde" Mentha spicata, é utilizada como tempero em culinária, como aromatizante em certos produtos alimentares, ou para a extracção do seu óleo essencial. Por vezes, simplesmente cultivada como planta ornamental. É uma das plantas mais usadas do mundo.

Flores de Hortelã verde- Mentha spicata L
É também utilizada como planta medicinal, estando inscrita nas farmacopeias de muitos países da Europa. De entre as inúmeras virtudes citadas, podem destacar-se: estimulante, estomacal, carminativo. Usado nas atonias digestivas, flatulências, dispepsias nervosas, empregado nas palpitações e tremores nervosos, vómitos, cólicas uterinas, útil nos catarros brônquicos facilitando a expectoração. O chá feito de hortelã verde, também é usado como calmante ou como vermifugo. Em geral usa-se o óleo essencial ou uma infusão das folhas e sumidades floridas. 

Fonte: Wikipédia.


Verde como a hortelã, este refulgente escaravelho, alimenta-se das suas folhas .
Em culinária, utilizam-se as folhas frescas para decorar e aromatizar vários pratos. O caldo-verde, tão típico do norte de Portugal, além de uma boa rodela de enchido, não dispensa no prato ou na tigela, algumas folhas frescas de hortelã inteiras, para enfeitar e aromatizar, ou cortadas em pequenos bocados, para dar um sabor picante e de frescura no paladar.

Malga de Caldo-Verde

Receita de Caldo-verde

Ingredientes:
  • 500 g couve galega 
  • 2 Lt água
  • 450 g de batatas
  • 1 c. sopa sal grosso
  • 2 dl azeite
  • 1 chouriço
  • Folhas de hortelã verde

Preparação:

  1. Escolha as folhas de couve, uma a uma para as limpar. passe-as por água debaixo da torneira.
  2. Enrole várias couves de cada vez e corte-as o mais fino possível.
  3. Lave-as bem até a agua deixar de ficar verde.
  4. Coloque ao lume num tacho a água e o sal. Logo que comece a ferver, coloque as batatas descascadas e cortadas em pedaços.
  5. Quando as batatas estiverem cozidas, passe-as com a varinha mágica e acrescente as couves já preparadas
  6. Junte depois o azeite e deixe levantar fervura por dois ou três minutos com o tacho destapado para que a couve não fique demasiado cozinhada.
  7. Deite o caldo numa tigela, juntando uma rodela de chouriço a gosto e uma ou duas folhas de hortelã verde inteiras, ou se preferir cortadas em pequenos bocados, para sentir o seu sabor picante.
  8. Acrescente algumas gotas de azeite. 
  9. Sirva acompanhado com broa de milho ou pão de centeio.
Conforme o gosto, há receitas que levam, as batatas uma cebola e dois dentes de alho, tudo passado pela varinha mágica.


Continua...