Setembro, traz-me nas memórias da minha infância, entre outras, o cheiro das figueiras e o sabor doce dos figos, o perfume e as cores das flores tradicionais, que sempre havia no nosso jardim e no quintal, e que eram cuidadas pela minha mãe. O sabor agri-doce das uvas Borraçal e o sabor bem doce das uvas Vinhão. O cheiro do mosto, depois da vindima das nossas uvas. Vagamente, muito vagamente, lembro-me também dos dias de férias em criança, passados em família, na praia da Póvoa de Varzim. Doces, como a fruta bem madura, são as lembranças desses dias.
Mais recente, a memória de uma das mais bonitas canções da musica ligeira portuguesa, cantada por uma das mais bonitas cançonetista daquela época, Madalena Iglésias; "Setembro", que pode ser ouvida clicando aqui.
Depois desta recordação de um passado mais próximo, outras recordações mais antigas.
Os figos
Setembro traz-me à memória também, as minhas subidas ás figueiras, para me empanturrar de figos.
Mais recente, a memória de uma das mais bonitas canções da musica ligeira portuguesa, cantada por uma das mais bonitas cançonetista daquela época, Madalena Iglésias; "Setembro", que pode ser ouvida clicando aqui.
Madalena IgIésias Imagem: 6.fotos.web.sapo.io |
Os figos
Setembro traz-me à memória também, as minhas subidas ás figueiras, para me empanturrar de figos.
Pela sua produção abundante e por não necessitar praticamente de cuidados, haviam figueiras em quase todos os quintais, em muitos, mais que uma. Sendo uma fruta muito apreciada, os figos de que eu tanto gosto, aqui na minha região, popularmente designam-se simplesmente pelos nomes de; figos brancos, figos pretos e figos verdes. Eu não fazia distinção, comia de qualquer uns. A variedade predominante e mais abundante era a dos figos verdes.
Figos pretos Imagem: Amazon.UK |
A imagem acima mostra uma variedade de figos "pretos", idêntica aos figos que cresciam em algumas figueiras, nos quintais dos vizinhos e numa figueira enorme, que havia num terreiro perto da casa onde eu nasci.
Figos brancos |
Os figos brancos eram naquele tempo tal como hoje por aqui, da variedade pingo de mel. Eram poucas as figueiras desta variedade. No quintal dos meus avós existiam duas grandes . Uma delas, por crescer inclinada, era a minha preferida, por ser muito fácil de trepar. Esta é uma fotografia dos dias de hoje, de figos pingo de mel, da minha figueira.
Figos verdes |
Estes figos, são de uma figueira que cresce não no quintal, mas numa bouça, junto à casa onde eu nasci. Talvez seja descendente de uma que o meu pai plantou, quando eu era criança, pois é da mesma variedade. Sinceramente, não sei qual o nome desta variedade de figos. O povo chama-lhes simplesmente figos verdes. Além de outros sítios, no quintal do meu bisavô, haviam desta variedade, três enormes figueiras.
Figos parecidos com os bacorinhos
Imagem: viaggiatore971.blogspot.pt |
Havia também no nosso quintal, uma figueira diferente, que eu penso que era bravia (silvestre). Dava uns figos amarelados, pequeninos, mas muito bons, parecidos aos da fotografia acima. Chamavam-lhe figos bacorinhos. Era uma figueira única nas redondezas. Hoje já não existe.
O figo, para ser bom, deve ter pescoço de enforcado, roupa de pobre e olho de viúva.
Quer isto dizer que o figo para estar bom, deve ter um pedúnculo comprido e murcho, a pele rota (rachada) e murcha e uma lágrima (o pingo de mel). Estes são os sintomas de uma boa maturação e da altura ideal para se comerem.
Quer isto dizer que o figo para estar bom, deve ter um pedúnculo comprido e murcho, a pele rota (rachada) e murcha e uma lágrima (o pingo de mel). Estes são os sintomas de uma boa maturação e da altura ideal para se comerem.