A tua cor
Quando é que eu serei da tua cor,
Do teu plácido e azul encanto,Ó claro dia exterior,
Ó céu mais útil que o meu pranto?
Fernando Pessoa
Monte de Santa Tecla |
Dia de verão que mais parecia de Inverno. O vento soprou frio e forte. O sol apareceu algumas vezes (mas poucas) por breves momentos, espreitando tímido por entre as nuvens que corriam apressadas, deixando cair esparsos pingos de chuva, rapidamente absorvidos pela terra sequiosa. A silhueta do Monte de Santa Tecla, destacava-se contra o céu com nuvens estranhamente coloridas de magníficos tons de azul e esbatidos dourados.
Negro em tons de azul. Beleza, magia, graça e leveza. |
O dia despedia-se. No céu, algumas andorinhas, graciosas, davam as ultimas voltas do seu bailado diário na busca do seu sustento, antes de se recolherem aos seus beirais, para passarem a noite.
Apressei-me a captar aqueles fugazes momentos de beleza e magia irrepetíveis. Andorinha
A manhã é uma andorinha
Que se esqueceu da viajem
E voa em meu pensamento,
Trazendo a cada momento
A noite na tua imagem.
O dia lá fora, é o dia
Que marca os passos no chão.
Mas é tão cedo este amor
Que eu fecho tudo em redor
Das praias do coração.
Ponho as mãos sobre o teu corpo
E, no instante de sonhar,
Se o teu amor me encaminha,
A manhã é uma andorinha
Que se lembrou de ficar.
Vasco de Lima Couto
Este bonito poema foi foi musicado por Alfredo Duarte (Marceneiro) e cantado pela Amália Rodrigues. Pode ser escutado no link seguinte;
https://youtu.be/LEwBg9I_97E
O amor como as andorinhas, dá felicidade ás casas.
Émile Zola