O ultimo soneto na popular canção do Malhão de Águeda, na sua ultima estrofe diz o seguinte:
Ai minha menina
Eu hei-de te amar
Quando o trovisquinho
Deixar de amargar
A propósito desta estrofe, durante o percurso de uma recente caminhada que fiz, fui visitar um dos dois locais onde crescem as duas únicas plantas de Trovisco, que conheço. Estão em locais diferentes mas circundantes à minha residência e por onde com frequência costumo caminhar.
O Trovisco em Junho de 2020
O trovisco é um arbusto de folha perene, que pode crescer até dois metros de altura. Crescem-lhe vários ramos a partir da base, formando uma pequena copa arredondada. Os seus ramos são erectos mas flexíveis, com folhas em tons claros de cor verde-azulada. Neste local já existiram duas plantas de trovisco, mas, devido à maldição dos fogos florestais, actualmente já só existe uma. Até quando conseguirá esta sobreviver à maldade ou incúria humana ?
Vegetando entre tojos, silvas e outras plantas, este trovisco em fim de floração, com os seus ramos erectos, abundantes e sempre verdes, dá sinais de boa saúde. O Trovisco é uma planta rara na região onde vivo.
É uma planta bonita pela sua forma, cor da folhagem, pelos seus corimbos de pequeninas flores brancas durante o verão e outono e pelas suas bagas coloridas durante o outono e inverno. Ficaria bem em qualquer espaço verde ou ajardinado.
Fruto na fase verde e laranja.
Mas
cuidado! Eu escrevi ficaria, porque todas as partes da planta são muito tóxicas. Os frutos
quando em contacto com a pele ou com as mucosas produzem irritação,
ulceração
e fortes queimaduras, podendo levar à destruição dos tecidos. Ingerir
ou aspirar elementos desta planta, pode causar sintomas ou danos
intestinais, renais e cardíacos, e em casos graves, provocar a morte. Por estas razões é uma planta a evitar de colocar em locais onde têm acesso crianças e animais. Apesar da sua toxicidade, os frutos são muito apreciados pelas aves, que contribuem para a sua disseminação.